terça-feira, 27 de novembro de 2012

Elis Regina - 1972

98º Ranking Rolling Stones Magazine




01- 20 anos blue
02- Bala com bala
03- Nada será como antes
04- Mucuripe
05- Olhos abertos
06- Vida de bailarina
07- Águas de março
08- Atrás da Porta
09- Cais
10- Me deixa em paz
11- Casa no campo
12- Boa noite amor

Elis é um álbum da cantora Elis Regina, lançado em 1972 pela gravadora Phonogram. Este é o primeiro álbum de Elis após sua separação de Ronaldo Bôscoli e o primeiro após César Camargo Mariano ter saído da banda de Wilson Simonal e tornado-se músico e arranjador da cantora.
O disco traz grandes hits da sua carreira como Bala com Bala, Casa no Campo e Atrás da Porta.

Elis Regina nascimento 17/03/1945 falescimento 19/01/1982

Nasceu em Porto Alegre, e desde os 11 anos se apresentava na Rádio Farroupilha, cantando. Fez parte do elenco fixo da emissora, onde trabalhou por algum tempo. Em 1959 assinou o primeiro contrato profissional, na Rádio Gaúcha, e no ano seguinte foi para o Rio de Janeiro, onde gravou o primeiro compacto, pela Continental. A mesma gravadora em 1961 lançou seu primeiro LP, "Viva a Brotolândia", com calipsos e rocks. Em seguida voltou para Porto Alegre, onde ficou até 1964, quando regressou definitivamente para o Rio. Cantou no Beco das Garrafas, reduto da bossa nova, onde teria aprendido com o bailarino americano Lennie Dale a célebre coreografia que lhe valeu o apelido de "Hélice Regina".

Contratada pela TV Rio, passa a trabalhar ao lado de Jorge Ben, Wilson Simonal e outros. Tornou-se conhecida nacionalmente em 1965, ao sagrar-se vencedora do I Festival de Música Popular Brasileira da TV Excelsior, defendendo a música "Arrastão", de Edu Lobo e Vinicius de Moraes. Em seguida gravou "Dois na Bossa" ao lado de Jair Rodrigues, com tal êxito que nos anos seguintes foram lançados os volumes 2 e 3. Foi ao lado de Jair que apresentou um dos programas musicais mais importantes da música brasileira, O Fino da Bossa, estreado em 1965 na TV Record. O programa foi o responsável pelo lançamento de diversos artistas e sucessos, como "Canto de Ossanha" (Baden Powell/ Vinicius de Moraes), "Louvação" (Gilberto Gil/ Torquato Neto) e "Lunik 9" (Gil). A partir daí a carreira solo de Elis decola. Seu disco "Elis", de 1966, traz "Canção do Sal", de Milton Nascimento, gravado aí pela primeira vez. 

Elis foi a primeira intérprete a gravar músicas de alguns compositores que se tornariam consagrados, como Milton, Ivan Lins ("Madalena"), Tavito/ Zé Rodrix ("Casa no Campo") e Belchior ("Como Nossos Pais"). Participou de festivais e de movimentos político-musicais, como a "passeata contra as guitarras", que visava à preservação das "raízes" da MPB contra a invasão estrangeira. Intensificou sua carreira no exterior em 1969, ano em que fez show nas principais capitais européias e latino-americanas. Um de seus discos mais marcantes, "Elis e Tom" (com Tom Jobim), foi gravado em 1974 nos Estados Unidos, onde também tornou-se popular. No ano de 1979 participou do Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, e gravou um de seus maiores sucessos, "O Bêbado e a Equilibrista", de Aldir Blanc e João Bosco, dupla que lhe forneceria inúmeros sucessos, como "Caçador de Esmeraldas", "Mestre-sala dos Mares", "Dois pra Lá, Dois pra Cá".  

Outras interpretações que entraram para a história foram "Upa, Neguinho" (Edu Lobo/ G. Guarnieri), "Águas de Março" (Tom Jobim), "Ponta de Areia" (Milton Nascimento/ Fernando Brant), "Folhas Secas" (Nelson Cavaquinho/ Guilherme de Brito) e "Romaria" (Renato Teixeira). Depois de sua morte, em 1982, decorrente de overdose de drogas, foram lançados discos com gravações inéditas e coletâneas. Foi homenageada em 1995 no prêmio Sharp de música. Seus filhos João Marcelo Bôscoli (com Ronaldo Bôscoli) e Pedro Camargo Mariano (com César Camargo Mariano) também são músicos.

Elis Regina- Falso Brilhante - 1976

36º Ranking Rolling Stones Magazine



 01 - Como nossos pais
 02 - Velha roupa colorida
 03 - Los hermanos
 04 - Um por todos
 05 - Fascinação
 06 - Jardins de infâ...
 07 - Quero
 08 -Gracias a la vida
 09 - O cavaleiro e os Moinhos
 10 - Tatuagem

Em 1975, Elis Regina estreou uma temporada solo intitulada Falso Brilhante, com o objetivo de contar sua história, vida e carreira, sem deixar de lado as críticas à ditadura militar brasileira; tudo isso num ambiente um tanto circense. O show teve mais de 1200 apresentações e ficou em cartaz entre o final de 1975 e o início de 1977, tornando-se assim um sucesso absoluto e lendário na história da MPB.

Nesse espetáculo, Elis interpretou duas canções (Como Nossos Pais e Velha Roupa Colorida) escritas por Belchior, tornando mais conhecido o jovem compositor. Devido à popularidade de Falso Brilhante, foi solicitado que Elis e seus músicos gravassem parte do repertório em estúdio para que fosse lançado um LP. Desde aquela época, Falso Brilhante é o maior sucesso da carreira de Elis Regina, além de ser um dos discos mais representativos da MPB.

Elis Regina nascimento 17/03/1945 falescimento 19/01/1982

Nasceu em Porto Alegre, e desde os 11 anos se apresentava na Rádio Farroupilha, cantando. Fez parte do elenco fixo da emissora, onde trabalhou por algum tempo. Em 1959 assinou o primeiro contrato profissional, na Rádio Gaúcha, e no ano seguinte foi para o Rio de Janeiro, onde gravou o primeiro compacto, pela Continental. A mesma gravadora em 1961 lançou seu primeiro LP, "Viva a Brotolândia", com calipsos e rocks. Em seguida voltou para Porto Alegre, onde ficou até 1964, quando regressou definitivamente para o Rio. Cantou no Beco das Garrafas, reduto da bossa nova, onde teria aprendido com o bailarino americano Lennie Dale a célebre coreografia que lhe valeu o apelido de "Hélice Regina".

Contratada pela TV Rio, passa a trabalhar ao lado de Jorge Ben, Wilson Simonal e outros. Tornou-se conhecida nacionalmente em 1965, ao sagrar-se vencedora do I Festival de Música Popular Brasileira da TV Excelsior, defendendo a música "Arrastão", de Edu Lobo e Vinicius de Moraes. Em seguida gravou "Dois na Bossa" ao lado de Jair Rodrigues, com tal êxito que nos anos seguintes foram lançados os volumes 2 e 3. Foi ao lado de Jair que apresentou um dos programas musicais mais importantes da música brasileira, O Fino da Bossa, estreado em 1965 na TV Record. O programa foi o responsável pelo lançamento de diversos artistas e sucessos, como "Canto de Ossanha" (Baden Powell/ Vinicius de Moraes), "Louvação" (Gilberto Gil/ Torquato Neto) e "Lunik 9" (Gil). A partir daí a carreira solo de Elis decola. Seu disco "Elis", de 1966, traz "Canção do Sal", de Milton Nascimento, gravado aí pela primeira vez. Elis foi a primeira intérprete a gravar músicas de alguns compositores que se tornariam consagrados, como Milton, Ivan Lins ("Madalena"), Tavito/ Zé Rodrix ("Casa no Campo") e Belchior ("Como Nossos Pais").

Participou de festivais e de movimentos político-musicais, como a "passeata contra as guitarras", que visava à preservação das "raízes" da MPB contra a invasão estrangeira. Intensificou sua carreira no exterior em 1969, ano em que fez show nas principais capitais européias e latino-americanas. Um de seus discos mais marcantes, "Elis e Tom" (com Tom Jobim), foi gravado em 1974 nos Estados Unidos, onde também tornou-se popular. No ano de 1979 participou do Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, e gravou um de seus maiores sucessos, "O Bêbado e a Equilibrista", de Aldir Blanc e João Bosco, dupla que lhe forneceria inúmeros sucessos, como "Caçador de Esmeraldas", "Mestre-sala dos Mares", "Dois pra Lá, Dois pra Cá".

Outras interpretações que entraram para a história foram "Upa, Neguinho" (Edu Lobo/ G. Guarnieri), "Águas de Março" (Tom Jobim), "Ponta de Areia" (Milton Nascimento/ Fernando Brant), "Folhas Secas" (Nelson Cavaquinho/ Guilherme de Brito) e "Romaria" (Renato Teixeira). Depois de sua morte, em 1982, decorrente de overdose de drogas, foram lançados discos com gravações inéditas e coletâneas. Foi homenageada em 1995 no prêmio Sharp de música. Seus filhos João Marcelo Bôscoli (com Ronaldo Bôscoli) e Pedro Camargo Mariano (com César Camargo Mariano) também são músicos.

Gal Costa - Gal a todo vapor (FA-TAL) - 1971

20º Ranking Rolling Stones Magazine



1  Dê Um Rolê
2  Pérola Negra
3  Mal Secreto
4  Como 2 e 2
5  Hotel Das Estrelas
6  Assum Preto
7  Bota A Mão Nas Cadeiras
8  Maria bethânia
9  Chuva, Suor E Cerveja
10 Luz Do Sol
11 Fruta Gogóia
12 Charles Anjo 45
13 Como 2 e 2
14 Coração Vagabundo
16 Antonico
17 Sua Estupidez
18 Fruta Gogóia
19 Vapor Barato


Sob a direção de Waly Salomão, Gal Costa estrelaria "Fatal", uma série de concertos que realizou no Teatro Tereza Raquel, no Rio de Janeiro. A turnê foi considerada pela crítica como um marco na sua carreira. 

O resultado destas apresentações foi compliado em um álbum duplo, que traz até ruídos e falhas do improviso. No repertório da cantora, uma miscelânea de canções que passa desde a tradição de Ismael Silva e o folclore baiano a vanguarda de Caetano Veloso e Jorge Ben.

Detaques para as interpretações de "Pérola Negra" (do então novato Luiz Melodia), "Vapor Barato" (de Jards Macalé e Waly Salomão), "Como Dois e Dois" (de Caetano) e "Sua Estupidez" (de Roberto e Erasmo Carlos).

O LP foi eleito em uma lista da versão brasilieira da revista Rolling Stone como o 20º melhor disco brasileiro de todos os tempos.


Gal Costa nascimento 26/09/1945

Baiana de Salvador, foi incentivada a ser cantora pelo pai, que gostava de música. Na adolescência tocava um pouco de violão e cantava em festas.

Conheceu Caetano Veloso e sua irmã Maria Bethânia em 1963, e com eles, Gilberto Gil e Tom Zé montou o espetáculo musical "Nós, por Exemplo", em 1964. No ano seguinte o grupo foi para São Paulo, onde, sempre ligados, cada um seguiu sua carreira solo. 

Gal gravou o primeiro compacto em 1965, com "Eu Vim da Bahia" (Gilberto Gil) e "Sim, Foi Você" (Caetano Veloso). Participou do I Festival Internacional da Canção em 1966, ano em que seu empresário Guilherme Araújo a convenceu a adotar o nome artístico Gal, e não mais Maria da Graça. 

Gravou o LP "Domingo" com Caetano em 1967, participou do movimento tropicalista e explodiu nacionalmente como cantora em 1968, quando sua interpretação de "Divino Maravilhoso" (Caetano/ Gil) ganhou o terceiro lugar no IV Festival de Música Popular Brasileira da Record. 

Além disso, "Baby", composta por Caetano especialmente para Gal, tornou-se muito popular. Em 1969, com a ida de Caetano e Gil para o exílio na Inglaterra, ligou-se também a outros compositores como Macalé, e lançou o LP "Gal".

Ainda muito associada à música e ao público de Caetano e Gil durante os anos 70, em 1979 o disco "Gal Tropical" inaugura uma nova fase em sua carreira, mais popular e comercial, para um público mais amadurecido. 

Passou pela década de 80 como absoluta no rol das estrelas de primeira grandeza da música popular brasileira, chegando a ser considerada por alguns como a maior cantora do Brasil. Com repertório eclético, gravou Jorge Ben Jor, Cole Porter e compositores então iniciantes, como Carlinhos Brown. 

Outra virada em sua carreira foi em 1994, com o CD "O Sorriso do Gato de Alice", menos pelo disco e mais pelo show de lançamento, que, dirigido por Gerald Thomas, mudou radicalmente o estilo das apresentações de Gal, e foi bastante criticado. 

No ano seguinte Gal desistiu de experimentalismo e lançou "Mina D'Água do Meu Canto" (dedicado ao repertório de Chico Buarque e Caetano Veloso) com um show convencional. 

Na década de 90 continuou se consagrando como uma das cantoras mais vendidas do Brasil. Em seus mais de 35 anos de carreira, Gal Costa foi intérprete de grandes sucessos como "Vapor Barato" (Jards Macalé/ Waly Salomão), "Meu Nome É Gal" (Roberto/ Erasmo Carlos), "London London" (Caetano), "Deixa Sangrar" (Caetano), "Folhetim" (Chico Buarque), "Balancê" (J. de Barro/ A. Ribeiro), "Índia" /J. Flores/ M. Guerrero/ J. Fortuna), "Festa do Interior" (Moraes Moreira/ Abel Silva) e "Vaca Profana" (Caetano)

Titãs - Cabeça Dinossauro -1986

19º Ranking Rolling Stones Magazine



1  Cabeça Dinossauro
2  AA UU
3  Igreja
4  Polícia
5  Estado Violência
6  A Face do Destruidor
7  Porrada
9  Bichos Escrotos
10 Família
11 Homem Primata
12 Dívidas
13 O que

Cabeça Dinossauro é o terceiro álbum de estúdio da banda brasileira de rock Titãs, lançado em junho de 1986. Foi incluído na lista dos 100 melhores discos da música brasileira como 19º melhor disco brasileiro de todos os tempos.

Lançado em finais de junho de 1986, não só marcou a estréia da parceria da banda com o produtor Liminha como também garantiu o primeiro disco de ouro para a banda, em dezembro do mesmo ano.
A prisão de Arnaldo Antunes e de Tony Bellotto, nos finais de 1985, por porte de heroína, e a clara vontade da banda querer buscar uma unidade sonora – mais precisamente, pesada - influenciaram na mudança estética que a banda tomou neste LP, após a expressão de uma sonoridade um tanto confusa (que poderia revelar algumas boas canções) nos dois álbuns anteriores.

A capa foi baseada em um esboço do pintor italiano Leonardo Da Vinci, intitulado A expressão de um homem urrando. Um outro desenho de Da Vinci, Cabeça grotesca, foi para a contracapa do disco.
Ainda que remetesse muito ao punk rock, o disco mostra que os Titãs interviam ainda no reggae ("Família"), no funk ("O Quê?", "Bichos Escrotos" e "Estado Violência") e até mesmo em um cerimonial dos índios do Xingu (na faixa-título). Nas letras, vários pilares da sociedade foram discutidos acidamente, expressas a começar pelo título das canções: "Polícia" (de Tony), "Igreja" (de Nando Reis), "Estado Violência" (primeira colaboração do baterista Charles Gavin como compositor dentro da banda). Há também críticas acerca do estado capitalista ("Homem primata") e os tributos abusivos pagos pela população ("Dívidas").

A banda deu caráter antológico à obra ao resgatar "Bichos Escrotos", canção que tocavam desde 1982 e que só pôde ser gravada nesta ocasião. Mesmo assim, a censura vetou a faixa nas rádios por conta do verso "vão se foder", o que não desencorajou algumas rádios a tocarem uma versão com a tal frase vetada, às vezes até a própria versão original, o que acarretava um pagamento de multa.
Das 13 faixas do álbum, 11 foram executadas em rádios - como únicas exceções as faixas "A Face do Destruidor" e "Dívidas".

Em 1997, a revista Bizz elegeu Cabeça Dinossauro como sendo o melhor álbum de pop rock nacional, isto quando a banda ainda daria um salto maior comercialmente, com o Acústico MTV Titãs.
Em 2012, com o retorno da banda a Warner Music e com a turnê de comemoração dos 25 anos de Cabeça Dinossauro, o álbum foi relançado com as 13 canções originais, mais as versões demo delas e a inédita Vai pra Rua, de Arnaldo e Paulo Miklos.




Chico Science - Afrociberdelia-1996

18º Ranking Rolling Stones Magazine



1 Mateus Enter (Intro)
2 O Cidadão Do Mundo/Cuidado Com O Bulldog/Louvação/Bat Macumba
3 Etnia
4 Quilombo Groove [Instrumental]
5 Macô/A Minha Mennia/Take Five
6 Um Passeio No Mundo Livre
7 Samba Do Lado
8 Maracatu Atômico [Ragga Mix]
9 O Encontro de Isaac Asimov Com Santos Dumont No Céu
10 Corpo de Lama
11 Sobremesa
12 Manguetown
13 Um Satélite Na Cabeça (Bitnik Generation)
14 Baiao ambiental
15 Sangue de Bairro
16 Enquanto O Mundo Explode
17 Interlude Zumbi
18 Criança de Domingo
19 Amor de Muito
20 Samidarish [Instrumental]
21 Maracatu Atômico [Trip Hope]
22 Maracatu Atômico
23 Maracatu Atômico [Atomic Version]

Chico Science nascimento 13/03/1966 falescimento 02/02/1997

Líder da banda Nação Zumbi e principal expoente do movimento mangue beat de Pernambuco, teve sua carreira precocemente abortada por um acidente de carro. Chico Science participava de grupos de dança e hip hop em Pernambuco no início dos anos 80. No final da década integrou algumas bandas de música como Orla Orbe e Loustal, inspiradas na música soul, no funk e no hip hop.

A fusão com os ritmos nordestinos, principalmente o maracatu, veio em 1991, quando Science entrou em contato com o bloco afro Lamento Negro, de Peixinhos, subúrbio de Olinda. Misturou o ritmo da percussão com o som de sua antiga banda e formou o Nação Zumbi. A partir daí o grupo começou a se apresentar em Recife e Olinda e iniciou o "movimento" mangue beat, com direito a manifesto ("Caranguejos com Cérebro"). Em 1993 uma rápida turnê por São Paulo e Belo Horizonte chamou a atenção da mídia.

O primeiro disco, "Da Lama ao Caos", projetou a banda nacionalmente. O segundo, "Afrociberdelia", mais pop e eletrônico, confirmou a tendência inovadora de Chico Science e Nação Zumbi, que excursionaram pela Europa e Estados Unidos, onde fizeram sucesso de público e crítica. O Nação Zumbi lançou um CD duplo em 1998, depois da morte do líder, com músicas novas e versões ao vivo remixadas por DJs.

Tim Maia-Racional Vol.1 - 1976

17º Ranking Rolling Stones Magazine


1 Imunização Racional (Que Beleza) II
2 O Grão Mestre Varonil
3 Bom Senso
4 Energia Racional
5 Leia O Livro Universo Em Desencanto
6 Contato Com O Mundo Racional
7 Universo Em Desencanto
8 You Don't Know What I Know
9 Rational Culture
10 Meus inimigos (bonus)

Tim Maia Racional, Vol. 1 é o quinto álbum de estúdio do cantor e compositor brasileiro Tim Maia. Lançado em 1975 pelo selo Seroma (pertencente ao próprio Tim), Racional ficou marcado pelas letras de devoção à Cultura Racional — seita filósofico-religiosa com a qual Tim se envolvera na época — e pela sonoridade que remeteu a nomes do soul e do funk norte-americano, como Barry White, Marvin Gaye e George Clinton.

O álbum foi relançado no formato CD em 2006 pela gravadora Trama. Apesar do desgosto do próprio Tim Maia em relação ao álbum e às duras críticas recebidas na época de seu lançamento, Racional é tido como um dos melhores momentos da carreira do cantor, com os discos originais remanescentes tornando-se itens raros e de valor elevado. A revista norte-americana Rolling Stone, em sua lista dos 100 maiores discos da música brasileira, listou o álbum na 17ª posição.

Paulinho Guitarra, que participou das gravações do disco, afirmou que as bases foram gravadas no final de 1974, mas a adesão de Tim à Cultura Racional fez com que o cantor mudasse as letras e os títulos das músicas. Essa conversão representou uma mudança significativa na conturbada vida pessoal do cantor, que parou de beber e usar drogas, algo que refletiu direta e positivamente na qualidade da sua reconhecidamente poderosa voz. Seu desencanto com a Cultura Racional, entretanto, fez com que Tim tirasse o álbum de circulação, tornando Racional um disco raro, até seu relançamento em CD pela Trama, em 2006.

Tim Maia preparou durante um ano o material para um novo trabalho, e quando julgou terminado apresentou à gravadora Philips. Obteve a resposta de que deveria refazer o disco e voltar com uma outra proposta. O comportamento temperamental fez com que o cantor rompesse o contrato com a gravadora Phillips, e fundasse seu próprio selo, Seroma (que é uma sigla para Sebastião Rodrigues Maia, seu nome de batismo). A confecção do disco Racional está diretamente ligada à Cultura Racional, da qual havia se tornado um adepto. As letras encontradas no álbum fazem defesa e divulgação da obra o Universo em Desencanto (Cultura Racional), e traz também uma exaltação ao escritor, Manuel Jacinto Coelho na faixa "O Grão Mestre Varonil".

Após o lançamento do álbum, Tim Maia passou um bom tempo divulgando o livro Universo em Desencanto, inclusive enviou o livro para James Brown, Curtis Mayfield e John Lennon.



Rita Lee&Tutti Frutti - Fruto Proibido - 1975

16º Ranking Rolling Stones Magazine



1 Dançar pra Não Dançar
2 Agora Só Falta Você
3 Cartão Postal
4 Fruto Proibido
5 Esse Tal de Rock and Roll
6 O Toque
7 Pirataria
8 Luz del Fuego
9 Ovelha Negra

Fruto Proibido é o quarto álbum de Rita Lee, cantora, compositora e instrumentista brasileira, e o segundo com a banda Tutti Frutti, lançado em 1975. Acompanhada por Luis Sérgio Carlini (guitarra), Lee Marcucci (baixo), e Franklin Paolillo (bateria), ela criou uma obra que dialogava com as situações da metade da década de 70—época de grandes mudanças sócio-culturais e de contínuas tempestades no cenário político brasileiro.

Calcado no blues rock, o som do LP é de hard rock em língua portuguesa, com mesclas de pop. O disco trouxe à tona uma variedade de sucessos que tornariam-se definitivos na carreira de Rita Lee. "Agora só Falta Você" e "Esse Tal de Roque Enrow", co-escrito com Paulo Coelho, parceiro musical que já era um importante letrista de rock no país, tem tonadas de rock puro. Esta primeira e "Luz del Fuego" também revelavam uma temática feminista. "Ovelha Negra", considerado o hino de Lee e provavelmente sua canção mais famosa, foi a canção que a projetou como artista solo e independente, e encerra o disco com um aclamado e memorável solo de Luis Carlini.

Fruto Proibido celebrou 35 anos de seu lançamento em 2010. Desde então, tem sido constantemente citado como um dos álbuns mais seminais e mais definitivos de todo o rock brasileiro, possibilitando o movimento de rock nacional na década seguinte.

Sua vendagem inicial de 200 mil cópias foi seguida por uma significativa crítica posterior; hoje é considerado um clássico e a obra-prima de Rita Lee, aquele que a condecorou com o título de Rainha do Rock Brasileiro. Em 2007, foi eleito o 16º melhor disco brasileiro de todos os tempos na Lista dos 100 maiores discos da música brasileira feita pela Rolling Stone. Foi também incluído em uma lista da Superinteressante dos principais álbuns do rock brasileiro.



Jorge Ben Jor - Samba esquema novo -1963

15º Ranking Rolling Stones Magazine



1 Mas, Que Nada!
2 Tim, Dom, Dom
3 Balança Pema
4 Vem, Morena, Vem
5 Chove Chuva
6 É Só Sambar
7 Rosa, Menina Rosa
8 Quero Esquecer Você
9 Uala, Ualala
10 A Tamba
11 Menina Bonita Não Chora
12 Por Causa De Você, Menina
13 Mas que Nada - Com Zé Maria 1962 (Bonus)

Samba Esquema Novo é o álbum de estreia do cantor, violonista e compositor brasileiro Jorge Ben Jor. Foi lançado em LP em 1963, contando com o grupo de samba jazz Meirelles e os Copa 5 como banda de apoio.
Em 1994, a banda Mundo Livre S/A fez uma referência ao título do álbum no seu primeiro disco Samba Esquema Noise.

Jorge Ben Jor nascimento 22/03/1942

Carioca de Madureira criado no Catumbi, desde pequeno gostava de cantar no coro da igreja e participar dos blocos de carnaval. Na adolescência e juventude ganhou um violão e começou a tocar bossa nova e rock'n'roll. Nos anos 60 apresentou-se no Beco das Garrafas, que se tornou um dos redutos da bossa nova. Lá foi ouvido por um produtor que o chamou para gravar.

 Logo saiu o primeiro compacto com "Mas, Que Nada" e "Por Causa de Você, Menina", em 1963, acompanhado pelo conjunto Copa Cinco. No mesmo ano lançou o primeiro LP, "Samba Esquema Novo". Foi para os Estados Unidos e lá suas composições "Zazueira", "Mas, Que Nada" e "Nena Naná" entraram nas paradas de sucesso, sendo gravadas por intérpretes como Sergio Mendes, Herb Alpert, José Feliciano e Trini Lopez. 

Na era dos musicais da TV, fiel a seu estilo múltiplo, participou tanto de O Fino da Bossa (comandado por Elis Regina) quanto do Jovem Guarda de Roberto Carlos, e mais adiante do Divino Maravilhoso dos tropicalistas Caetano e Gil. Em 1969 obteve enorme sucesso com "Cadê Teresa", "País Tropical" e "Que Maravilha", além de concorrer com "Charles, Anjo 45" no festival da canção da TV Globo. Venceria o festival em 1972, com "Fio Maravilha", interpretado por Maria Alcina. 

Lançou outros discos nos anos 70, incluindo clássicos como "A Tábua de Esmeralda" (1974) e "África Brasil" (1976). Na década seguinte dedicou-se a divulgar suas músicas no exterior. Em 1989 mudou o nome artístico de Jorge Ben para Jorge Ben Jor. Sua música "W/Brasil (Chama o Síndico)", lançada em 1990, estourou nas pistas de dança em 91 e 92, tornando-se uma verdadeira febre. A partir daí seus discos se tornaram mais pops, sem perder o suíngue que sempre o caracterizou. 

"Músicas para Tocar em Elevador", de 1997, tem participações de 12 artistas, como Carlinhos Brown, Fernanda Abreu e Paralamas do Sucesso. A música de Jorge Ben Jor tem uma importância única na música brasileira por incorporar elementos novos no suíngue e na maneira de tocar violão, trazendo muito do soul e funk norte-americanos e ainda com influências árabes e africanas, que vieram através de sua mãe, nascida na Etiópia. Suas levadas vocais e instrumentais influenciaram muito o sambalanço e fizeram escola, arregimentando uma legião não só de admiradores como também de imitadores. Foi regravado e homenageado por inúmeros expoentes das novas gerações, como Mundo Livre S/A (em "Samba Esquema Noise") e Belô Velloso ("Amante Amado"). 

O Acústico MTV, lançado em 2002, traz Jorge Ben Jor de volta ao violão. Com arranjos de Lincoln Olivetti, o acústico traz alguns de seus maiores sucessos e outras músicas menos conhecidas da vasta e irrequieta carreira de Ben Jor. O trabalho foi dividido em dois álbuns. O CD1 vem com a Banda Admiral V (que acompanhou o músico nos anos 70) com um balanço forte em músicas como "Comanche", "Jorge de Capadócia", "O Vendedor de Bananas", "O Circo Chegou" e "O Namorado da Viúva". No CD 2 quem comanda a festa é a Banda do Zé Pretinho e surgem os clássicos mais tradicionais: "País Tropical", "W/Brasil", "Mas, que Nada" e "Que Maravilha". 

Em 2004 Jorge lança “Bem Tocado”, seu primeiro álbum de inéditas desde 1995. As 16 faixas de “Reactivus Amor Est” trazem o pop suingado de Jorge regado a um belo trabalho de teclado, guitarra e baixo. O disco conta ainda com a participação do percussionista Marçalzinho em "Janaína Argentina" e de Seginho Mangueira no pandeiro de "História Do Homem".


Racionais MC's-Sobrevivendo no Inferno-1998

14º Ranking Rolling Stones Magazine



1  Jorge da capadocia
2  Gênesis
3  Capítulo 4 , versículo3
4  Tô ouvindo alguém me chamar
5  Rapaz comum
7  Diário de um detento
8  Periferia é periferia
9  Qual mentira vou acreditar
10 Mágico de oz
11 Formula mágica da paz
12 Salve

O Álbum
No final de 1997, os Racionais MC's lançaram "Sobrevivendo no Inferno", quarto disco de estúdio. O álbum alcançou a marca de um 1.500.000 de cópias vendidas, apesar de ter sido lançado por uma gravadora independente.

Uma novidade neste álbum é a presença de textos bíblicos, como nas canções "Genesis" e "Capítulo 4, Versículo 3" (ambas de Mano Brown). Mas a força do álbum advém mais uma vez do impacto das letras que discutem temas ligados a desigualdades sociais, miséria e racismo.

Os grandes sucessos foram "Diário de um Detento" (baseado no diário do preso Jocenir, ex-detento da Presídio do Carandiru), "Fórmula Mágica da Paz" e "Mágico de Oz" (de Edy Rock). O grupo ainda fez uma homenagem ao cantor Jorge Ben-Jor, ao regravar "Jorge de Capadócia". Os arranjos musicais são simples, com uma bateria básica e alguma melodia nos teclados.

O LP figura a 14ª posição na lista dos 100 melhores discos da música brasileira.


Chico Science e Nação Zumbi - Da lama ao caos-1994

13º Ranking Rolling Stones Magazine



1  Monologo Ao Pe Ado Ouvido
2  Banditismo Por Uma Questao de Classe
3  Rios, Pontes & Overdrives
4  A Cidade/Boa Noite Do Velho Faceta (Amor de Crianca)
5  A Praieira
6  Samba Makossa
7  Da Lama Ao Caos
8  Maracatu de Tiro Certeiro
9  Salustiano Song [Instrumental]
10 Antene-Se
11 Risoflora
12 Lixo Do Mangue [Instrumental]
13 Computadores Fazem Arte
14 Coco Dub (Afrociberdelia)

Chico Science nascimento 13/03/1966 falescimento 02/02/1997

Líder da banda Nação Zumbi e principal expoente do movimento mangue beat de Pernambuco, teve sua carreira precocemente abortada por um acidente de carro. Chico Science participava de grupos de dança e hip hop em Pernambuco no início dos anos 80.

No final da década integrou algumas bandas de música como Orla Orbe e Loustal, inspiradas na música soul, no funk e no hip hop. A fusão com os ritmos nordestinos, principalmente o maracatu, veio em 1991, quando Science entrou em contato com o bloco afro Lamento Negro, de Peixinhos, subúrbio de Olinda. Misturou o ritmo da percussão com o som de sua antiga banda e formou o Nação Zumbi.

A partir daí o grupo começou a se apresentar em Recife e Olinda e iniciou o "movimento" mangue beat, com direito a manifesto ("Caranguejos com Cérebro"). Em 1993 uma rápida turnê por São Paulo e Belo Horizonte chamou a atenção da mídia. O primeiro disco, "Da Lama ao Caos", projetou a banda nacionalmente.

O segundo, "Afrociberdelia", mais pop e eletrônico, confirmou a tendência inovadora de Chico Science e Nação Zumbi, que excursionaram pela Europa e Estados Unidos, onde fizeram sucesso de público e crítica. O Nação Zumbi lançou um CD duplo em 1998, depois da morte do líder, com músicas novas e versões ao vivo remixadas por DJs.


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Raul Seixas-krig-ha bandolo!-1973

12º Ranking Rolling Stones Magazine



1  Introdução:Good Rockin`Tonight
2  Mosca na sopa
3  Metamorfose ambulante
4  Dentadura postiça
5  As minas do Rei Salomão
6  A Hora do Trem passar
7  Al Capone
8  How Could I know
9  Rockixie
10 Cachorro Urubu
11 Ouro de Tolo
12 Caroço de manga(Bônus)
13 Loteria de Babilônia(Bônus)
14 Ouro de Tolo(carrão 73)

Krig-ha, Bandolo! é o primeiro álbum solo do cantor e compositor brasileiro Raul Seixas, lançado em 1973.

Seu título faz referência a um grito de guerra do personagem Tarzan, conhecido à época nas revistas em quadrinhos da EBAL, e que significa "Cuidado, aí vem o inimigo".[1] A edição original traz encarte ilustrado por Adalgisa Rios, com letras das músicas, músicos participantes e dedicatória.
O álbum inicia com uma gravação de Raul cantando "Good Rockin' Tonight" aos nove anos de idade e possui alguns dos grandes sucessos do músico como "Mosca Na Sopa", "Metamorfose Ambulante", "Al Capone" e "Ouro de Tolo".
Foi o primeiro álbum de Raul em parceria com o escritor Paulo Coelho, parceria esta que rendeu, além do enigmático disco, apresentações teatrais e a divulgação da Sociedade Alternativa, feita com a distribuição de gibis criados por Seixas e Coelho em plena ditadura militar.

Músicos
Baixo: Paulo Cézar Barros - Alexandre
Bateria: Pedrinho / Bill French / Mamão
Guitarra: Raul Seixas / Jay Vaquer
Piano: Miguel Cidras / José Roberto
Teclados: Luis Paulo - Miguel Cidras Rivas
Berimbau: Paulinho Batera
Banjo: José Menezes
Pandeiro: Mazzola


Elis Regina e Tom Jobim - Elis&Tom-1974

11º Ranking Rolling Stones Magazine



01 Aguas de Março
02 Pois É
03 Só Tinha de Ser com Você
04 Modinha
05 Triste
06 Corcovado
07 O Que Tinha de Ser
08 Retrato em Branco e Preto
09 Brigas, Nunca Mais
10 Por Toda a Minha Vida
11 Fotografia
12 Soneto da Separação
13 Chovendo na Roseira
14 Inútil Paisagem

Elis & Tom é um álbum lançado em 1974 por Antonio Carlos Jobim e Elis Regina, pela gravadora Polygram, com gravações realizadas entre 22 de fevereiro e 9 de março do mesmo ano. É considerado pela crítica musical e pelo público brasileiro um dos álbuns mais importantes da MPB.

Elis Regina nascimento 17/03/1945 falescimento 19/01/1982

Nasceu em Porto Alegre, e desde os 11 anos se apresentava na Rádio Farroupilha, cantando. Fez parte do elenco fixo da emissora, onde trabalhou por algum tempo. Em 1959 assinou o primeiro contrato profissional, na Rádio Gaúcha, e no ano seguinte foi para o Rio de Janeiro, onde gravou o primeiro compacto, pela Continental. A mesma gravadora em 1961 lançou seu primeiro LP, "Viva a Brotolândia", com calipsos e rocks. Em seguida voltou para Porto Alegre, onde ficou até 1964, quando regressou definitivamente para o Rio. Cantou no Beco das Garrafas, reduto da bossa nova, onde teria aprendido com o bailarino americano Lennie Dale a célebre coreografia que lhe valeu o apelido de "Hélice Regina". Contratada pela TV Rio, passa a trabalhar ao lado de Jorge Ben, Wilson Simonal e outros.

Tornou-se conhecida nacionalmente em 1965, ao sagrar-se vencedora do I Festival de Música Popular Brasileira da TV Excelsior, defendendo a música "Arrastão", de Edu Lobo e Vinicius de Moraes. Em seguida gravou "Dois na Bossa" ao lado de Jair Rodrigues, com tal êxito que nos anos seguintes foram lançados os volumes 2 e 3. Foi ao lado de Jair que apresentou um dos programas musicais mais importantes da música brasileira, O Fino da Bossa, estreado em 1965 na TV Record.

 O programa foi o responsável pelo lançamento de diversos artistas e sucessos, como "Canto de Ossanha" (Baden Powell/ Vinicius de Moraes), "Louvação" (Gilberto Gil/ Torquato Neto) e "Lunik 9" (Gil). A partir daí a carreira solo de Elis decola. Seu disco "Elis", de 1966, traz "Canção do Sal", de Milton Nascimento, gravado aí pela primeira vez. Elis foi a primeira intérprete a gravar músicas de alguns compositores que se tornariam consagrados, como Milton, Ivan Lins ("Madalena"), Tavito/ Zé Rodrix ("Casa no Campo") e Belchior ("Como Nossos Pais").

Participou de festivais e de movimentos político-musicais, como a "passeata contra as guitarras", que visava à preservação das "raízes" da MPB contra a invasão estrangeira. Intensificou sua carreira no exterior em 1969, ano em que fez show nas principais capitais européias e latino-americanas. Um de seus discos mais marcantes, "Elis e Tom" (com Tom Jobim), foi gravado em 1974 nos Estados Unidos, onde também tornou-se popular. No ano de 1979 participou do Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, e gravou um de seus maiores sucessos, "O Bêbado e a Equilibrista", de Aldir Blanc e João Bosco, dupla que lhe forneceria inúmeros sucessos, como "Caçador de Esmeraldas", "Mestre-sala dos Mares", "Dois pra Lá, Dois pra Cá".

Outras interpretações que entraram para a história foram "Upa, Neguinho" (Edu Lobo/ G. Guarnieri), "Águas de Março" (Tom Jobim), "Ponta de Areia" (Milton Nascimento/ Fernando Brant), "Folhas Secas" (Nelson Cavaquinho/ Guilherme de Brito) e "Romaria" (Renato Teixeira). Depois de sua morte, em 1982, decorrente de overdose de drogas, foram lançados discos com gravações inéditas e coletâneas. Foi homenageada em 1995 no prêmio Sharp de música. Seus filhos João Marcelo Bôscoli (com Ronaldo Bôscoli) e Pedro Camargo Mariano (com César Camargo Mariano) também são músicos.

Tom Jobim nascimento 25/01/1927 falescimento 08/12/1994

Tom Jobim é um dos nomes que melhor representam a música brasileira na segunda metade do século XX. Pianista, compositor, cantor, arranjador, violonista às vezes, é praticamente uma unanimidade quando se pensa em qualidade e sofisticação musical. Nasceu no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, mudando-se logo com a família para Ipanema.

Aprendeu a tocar violão e piano tendo tido aulas, entre outros, com o professor alemão Koellreuter, introdutor da técnica dodecafônica no Brasil. Pensou em trabalhar como arquiteto e chegou a se empregar em um escritório, mas logo desistiu e resolveu ser pianista. Tocava em bares e inferninhos em Copacabana no início dos anos 50, até que em 1952 foi contratado como arranjador pela gravadora Continental. Além dos arranjos, também tinha a função de transcrever para a pauta as melodias de compositores que não dominavam a escrita musical. Por essa época começou a escrever suas primeiras composições.

A primeira música gravada foram "Incerteza" (com Newton Mendonça), por Mauricy Moura. "Tereza da Praia", parceria com Billy Blanco, gravada por Lúcio Alves e Dick Farney pela Continental em 1954, foi o primeiro sucesso. Depois disso participou de gravações e compôs com Billy Blanco a "Sinfonia do Rio de Janeiro", além de outras parcerias como Dolores Duran ("Se É por Falta de Adeus", "Por Causa de Você"). Em 1956 musicou a peça "Orfeu da Conceição" com Vinicius de Moraes, que se tornou um de seus parceiros mais constantes. Dessa peça, fez bastante sucesso a música "Se Todos Fossem Iguais a Você", gravada diversas vezes. Tom Jobim fez parte do núcleo embrionário da bossa nova.

O disco "Canção do Amor Demais" (1958), de composições de Tom e Vinicius cantadas por Elizeth Cardoso e acompanhadas pelo violão de João Gilberto (em algumas faixas) e orquestra é considerado um marco inaugural da bossa nova, pela originalidade das orquestrações, harmonias e melodias. Inclui, entre outras, "Canção do Amor Demais", "Chega de Saudade" e "Eu Não Existo sem Você". A concretização da bossa nova como estilo musical veio logo em seguida com o 78 rotações "Chega de Saudade", interpretado por João Gilberto, lançado em 1958. No ano seguinte, o LP "Chega de Saudade", de João Gilberto, com arranjos e direção musical de Tom, consolidou os rumos que a música popular brasileira tomaria dali pra frente.

No mesmo ano foi a vez de Silvia Telles gravar "Amor de Gente Moça", um disco com 12 músicas de Tom, entre elas "Só em Teus Braços", "Dindi" (com Aloysio de Oliveira) e "A Felicidade" (com Vinicius). Tom foi um dos destaques do Festival de Bossa Nova do Carnegie Hall, em Nova York em 1962. No ano seguinte compôs, com Vinicius, um de seus maiores sucessos e possivelmente a música brasileira mais executada no exterior: "Garota de Ipanema". Nos anos de 1962 e 1963 a quantidade de "clássicos" produzidos por Tom é impressionante: "Samba do Avião", "Só Danço Samba" (com Vinicius), "Ela É Carioca" (com Vinicius), "O Morro Não Tem Vez", "Inútil Paisagem" (com Aloysio), "Vivo Sonhando". Nos Estados Unidos gravou discos (o primeiro individual foi "The Composer Of 'Desafinado' Plays", de 1965), participou de shows e fundou sua própria editora, a Corcovado Music.

 O sucesso de suas músicas fora do Brasil o fez voltar aos EUA em 1967 para gravar com um dos grandes mitos americanos, Frank Sinatra. O disco "Francis Albert Sinatra e Antônio Carlos Jobim", com arranjos de Claus Ogerman, incluiu versões em inglês de músicas de Tom ("The Girl From Ipanema", "How Insensitive", "Dindi", "Quiet Night of Quiet Stars") e composições americanas, como "I Concentrate On You", de Cole Porter. No fim dos anos 60, depois de lançar o disco "Wave" (com a faixa-título, "Triste", "Lamento" e várias músicas instrumentais), participou de festivais no Brasil, ganhando inclusive o primeiro lugar no III Festival Internacional da Canção da TV Globo com "Sabiá", parceria com Chico Buarque, interpretado por Cynara e Cybele, do Quarteto em Cy. "Sabiá" conquistou o júri, mas não o público, que vaiou ostensivamente a música diante dos constrangidos compositores

Aprofundando seus estudos musicais, adquirindo influências de compositores eruditos, principalmente Villa-Lobos e Debussy, Tom Jobim prosseguiu gravando e compondo músicas vocais e instrumentais de rara inspiração, juntando harmonias do jazz ("Stone Flower") e elementos tipicamente brasileiros, fruto de suas pesquisas sobre a cultura brasileira. É o caso de "Matita Perê" e "Urubu", lançados na década de 70, que marcam a aliança entre a sofisticação harmônica de Tom e sua qualidade de letrista. São desses dois discos "Águas de Março", "Ana Luíza", "Lígia", "Correnteza", "O Boto", Ângela".

Também nessa época grava discos com outros artistas, casos de "Elis e Tom", "Miúcha e Tom Jobim" e "Edu e Tom". "Passarim", de 1987, é a obra de um compositor já consagrado, que pode desenvolver seu trabalho sem qualquer receio, acompanhado por uma banda grande, a Nova Banda. Além da faixa-título, "Gabriela", "Luiza", "Chansong", "Borzeguim" e "Anos Dourados" (com Chico Buarque) são os destaques. É difícil escolher os mais significativos entre os mais de 50 discos de que participou, como intérprete ou arranjador. Todos eles têm algo de inovador, de diferente e especial. Seu último CD, "Antônio Brasileiro", foi lançado em 1994, pouco antes da sua morte, em dezembro, nos EUA. Biografias foram lançadas, entre elas "Antônio Carlos Jobim, um Homem Iluminado", de sua irmã Helena Jobim, "Antônio Carlos Jobim - Uma Biografia", de Sérgio Cabral, e "Tons sobre Tom", de Márcia Cezimbra, Tárik de Souza e Tessy Callado.

Caetano Veloso - Transa -1972

10º Ranking Rolling Stones Magazine



1 You Don't Know Me
2 Nine Out of Ten
3 Triste Bahia
4 It's a Long Way
5 Mora Na Filosofia
6 Neolithic Man
7 Nostalgia (That's What Rock'n)

O Álbum

Exilado em Londres desde 1969, Caetano Veloso obteve permissão para ficar um mês no Brasil em janeiro de 1971 para assistir à missa comemorativa dos 40 anos de casamento de seus pais. No Rio de Janeiro, o cantor foi interrogado por militares que pediram para que fizesse uma canção elogiando a rodovia Transamazônica - na época em construção. Caetano não aceitou a "proposta", mas de volta a Londres, gravou no final do ano o LP com o nome de "Transa", lançado em território brasileiro em janeiro de 1972, quando o cantor voltou definitivamente ao país.

Sobre o álbum, Caetano declarou em uma entrevista ao Jornal do Brasil: "Chamei os amigos para gravar em Londres. Os arranjos são de Jards Macalé, Tutti Moreno, Moacyr Albuquerque e Áureo de Sousa. Não saíram na ficha técnica e eu tive a maior briga com meu amigo que fez a capa. Como é que bota essa bobagem de dobra e desdobra, parece que vai fazer um abajur com a capa, e não bota a ficha técnica? Era importantíssimo. Era um trabalho orgânico, espontâneo, e meu primeiro disco de grupo, gravado quase como um show ao vivo".

Na mesma entrevista: "Foi Transa que me deu coragem de fazer os trabalhos com A Outra Banda da Terra. Tem a Nine out of Ten, a minha melhor música em inglês. É histórica. É a primeira vez que uma música brasileira toca alguns compassos de reggae, uma vinheta no começo e no fim. Muito antes de John Lennon, de Mick Jagger e até de Paul McCartney. Eu e o Péricles Cavalcanti descobrimos o reggae em Portobelo Road e me encantou logo. Bob Marley e The Wailers foram a melhor coisa dos anos 70. 

Gosto do disco todo. Como gravação, a melhor é Triste Bahia. Tem o Mora na Filosofia, que é um grande samba, uma grande letra e o Monsueto é um gênio. Me orgulho imensamente deste som que a gente tirou em grupo".Esse álbum foi eleito em uma lista da versão brasilieira da revista Rolling Stone como o décimo melhor disco brasileiro de todos os tempos.



Os Mutantes -1968

9º Ranking Rolling Stones Magazine


1-   Panis et circenses
2-   Minha menina
3-   O relógio
4-   Adeus, Maria Fulô
5-   Baby
6-   Senhor F
7-   Bat macumba
8-   Le premier bonheur du jour
9-   Trem fantasma
10- Tempo no tempo
11- Ave Gengis Khan

Os Mutantes é o álbum de estréia da banda brasileira de tropicalismo homônima. Foi lançado em LP em junho de 1968 e reeditado em CD em 1992 e 2006 pela gravadora Polydor, sendo lançado nos EUA pela Omplatten Records e depois (no 2006) pela Universal Records, a nova casa editora das duas editoras. É considerado um dos mais importantes álbuns da história da música brasileira, por conter um som inovador para a época, misturando elementos da música brasileira com o rock psicodélico e experimental e usando de diversas técnicas de estúdio.

Os Mutantes estrearam em um programa da TV Record que passava no horário anterior ao programa da Jovem Guarda, chamado O Pequeno Mundo de Ronnie Von. O grupo fazia a trilha sonora, tocando muitas vezes composições eruditas em versões adptadas para o rock e também sucessos dos Beatles e outras bandas do momento. Após essa estréia, o grupo foi convidado para participar de diversos programas, inclusive a Jovem Guarda, que teve a proposta recusada por não aceitarem em cena a quantidade de equipamento utilizada pela banda.

Em 1967, por indicação do maestro Rogério Duprat, conhecem Gilberto Gil. A partir disso gravaram duas canções junto com Gil: Bom Dia e Domingo no Parque com a qual participaram, junto do compositor baiano, da estréia tropicalista no III Festival de Música Popular Brasileira, ficando com o segundo lugar.

Logo então começaram a se envolver cada vez mais com o movimento tropicalista, participando de momentos memoráveis com a apresentação sob vaias de É Proibido Proibir no III Festival Internacional da Canção e também do programa Divino, Maravilhoso, última grande manifestação tropicalista. A banda também participou do "disco-manifesto" Tropicália ou Panis et Circenses, um dos mais importantes da música brasileira, participaram nas gravações de discos de Gilberto Gil e Caetano Veloso e fizeram comerciais televisivos e jingles para a Shell.

O álbum foi gravado no inicio do ano de 1968, com a produção de Manoel Barenbein e arranjos de Rogério Duprat. É marcado pelo experimentalismo e pela utilização de várias técnicas de estúdio, como mudanças de ritmo, guitarras distorcidas, uso de ruídos, sonoplastia, e de objetos não convencionais para simular o som dos instrumentos, como uma bomba de inseticida em "Le Premier Bonheur do Jour".

Nota-se uma forte influência da banda inglesa The Beatles e do rock psicodélico, misturando esse elementos com gêneros musicais brasileiros com o samba em "A Minha Menina", o candomblé em "Bat Macumba" e o baião em "Adeus Maria Fulô".



Cartola - Cartola II - 1976

8º Ranking Rolling Stones Magazine



01 O mundo é um moinho
02 Minha
03 Sala de recepção
04 Não posso viver sem ela
05 Preciso me encontrar
06 Peito vazio
07 Aconteceu
08 As rosas não falam
09 Sei chorar
10 Ensaboa
11 Senhora tentação
12 Cordas de aço

Cartola nascimento 11/10/1908 falescimento 30/11/1980

Considerado o maior sambista da história por diversos músicos, Cartola nasceu no Rio e passou a infância no bairro de Laranjeiras. Dificuldades financeiras obrigaram a família numerosa a mudar-se para o morro da Mangueira, onde então começava a despontar uma pequena favela. Na Mangueira fez logo amizade com Carlos Cachaça e outros bambas, se iniciando no mundo da malandragem e do samba. Arranjou emprego de servente de obra, e passou a usar um chapéu para se proteger do cimento que caía de cima. Era um chapéu-coco, mas o apelido Cartola pegou assim mesmo.

Com seus amigos do morro criou o Bloco dos Arengueiros, cujo núcleo em 1928 fundou a Estação Primeira de Mangueira, a verde-rosa, nome e cores escolhidos por Cartola, que compôs também o primeiro samba, "Chega de Demanda". Seus sambas se popularizaram nos anos 30 em vozes ilustres como Francisco Alves, Mário Reis, Silvio Caldas e Carmen Miranda. Mas no início dos anos 40, Cartola desaparece do cenário. Pouco se sabe sobre essa época além de que brigou com os amigos da Mangueira e que ficou mal depois da morte de Deolinda, a mulher com quem vivia. Especulou-se até que houvesse morrido.

Cartola só foi reencontrado em 1956 pelo jornalista Sérgio Porto, trabalhando como lavador de carros. Porto tratou de promover a volta de Cartola, levando-o a programas de rádio e fazendo-o compor novos sambas para serem gravados. Em 1964 Cartola e a esposa Zica abriram um bar-restaurante-casa de espetáculos na rua da Carioca, o Zicartola, que promovia shows de samba e boa comida, reunindo no mesmo lugar a juventude bronzeada da Zona Sul carioca e os sambistas do morro.

O Zicartola fechou as portas algum tempo depois, e o compositor continuou com seu emprego publico e compondo seus sambas. Em 1974 gravou o primeiro de seus quatro discos solo, e sua carreira tomou impulso de novo com clássicos instantâneos como "As Rosas Não Falam", "O Mundo É um Moinho", "Acontece", "O Sol Nascerá" (com Elton Medeiros), "Quem Me Vê Sorrindo" (com Carlos Cachaça), "Cordas de Aço" e "Alegria". Ainda nos anos 70 mudou-se da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá, onde morou até a morte.

Milton Nascimento e Lô Borges - Clube de Esquina - 1972

7º Ranking Rolling Stones Magazine



Em 1972, Milton e Lô gravaram o disco Clube da Esquina, que chamou a atenção pelas composições engajadas e a miscelânea de sons. A capa traz a foto de dois meninos, Cacau e Tonho, fotografados em uma estradinha de terra nas proximidades de Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro, próximo de onde moravam os pais adotivos de Milton Nascimento.
O LP foi eleito em uma lista da versão brasileira da revista Rolling Stone como o sétimo melhor disco brasileiro de todos os tempos.

Originalmente lançado como álbum duplo, com as seguintes faixas:
Lado Um
  1. "Tudo Que Você Podia Ser" (Lô Borges, Márcio Borges) – 2:56
    Interpretação: Milton Nascimento
  2. "Cais" (Milton Nascimento, Ronaldo Bastos) – 2:45
    Interpretação: Milton Nascimento
  3. "O Trem Azul" (Lô Borges, Ronaldo Bastos) – 4:05
    Interpretação: Lô Borges
  4. "Saídas e Bandeiras nº 1" (Milton Nascimento, Fernando Brant) – 0:45
    Interpretação: Beto Guedes e Milton Nascimento
  5. "Nuvem Cigana" (Lô Borges, Ronaldo Bastos) – 3:00
    Interpretação: Milton Nascimento
  6. "Cravo e Canela" (Milton Nascimento, Ronaldo Bastos) – 2:32
    Interpretação: Lô Borges e Milton Nascimento
Lado Dois
  1. "Dos Cruces" (Carmelo Larrea) – 5:22
    Interpretação: Milton Nascimento
  2. "Um Girassol da Cor do Seu Cabelo" (Lô Borges, Márcio Borges) – 4:13
    Interpretação: Lô Borges
  3. "San Vicente" (Milton Nascimento, Fernando Brant) – 2:47
    Interpretação: Milton Nascimento
  4. "Estrelas" (Lô Borges, Márcio Borges) – 0:29
    Interpretação: Lô Borges
  5. "Clube da Esquina nº 2" (Milton Nascimento, Lô Borges, Márcio Borges) – 3:39
    Interpretação: Milton Nascimento
Lado Três
  1. "Paisagem da Janela" (Lô Borges, Fernando Brant) – 2:58
    Interpretação: Lô Borges
  2. "Me Deixa em Paz" (Monsueto, Ayrton Amorim) – 3:06
    Interpretação: Alaíde Costa e Milton Nascimento
  3. "Os Povos" (Milton Nascimento, Márcio Borges) – 4:31
    Interpretação: Milton Nascimento
  4. "Saídas e Bandeiras nº 2" (Milton Nascimento, Fernando Brant) – 1:31
    Interpretação: Beto Guedes e Milton Nascimento
  5. "Um Gosto de Sol" (Milton Nascimento, Fernando Brant) – 4:21
    Interpretação: Milton Nascimento
Lado Quatro
  1. "Pelo Amor de Deus" (Milton Nascimento, Fernando Brant) – 2:06
    Interpretação: Milton Nascimento
  2. "Lilia" (Milton Nascimento) – 2:34
    Interpretação: Milton Nascimento
  3. "Trem de Doido" (Lô Borges, Márcio Borges) – 3:58
    Interpretação: Lô Borges
  4. "Nada Será Como Antes" (Milton Nascimento, Ronaldo Bastos) – 3:24
    Interpretação: Beto Guedes e Milton Nascimento
  5. "Ao Que Vai Nascer" (Milton Nascimento, Fernando Brant) – 3:21
    Interpretação: Milton Nascimento