sábado, 21 de abril de 2012

Jorge Ben Jor - A Tábua de Esmeralda - 1974

6º Ranking Rolling Stones Magazine



1.Os alquimistas estão chegando os alquimistas (Jorge Ben)
2.O homem da gravata florida (Jorge Ben)
3.Errare humanun est (Jorge Ben)
4.Menina mulher da pele preta (Jorge Ben)
5.Eu vou torcer (Jorge Ben)
6.Magnólia (Jorge Ben)
7.Minha teimosia, uma arma pra te conquistar (Jorge Ben)
8.Zumbi (Jorge Ben)
9.Brother (Jorge Ben)
10.O namorado da viúva (Jorge Ben)
11.Hermes Trismegisto e sua celeste Tábua de Esmeralda (Fulcanelli, Jorge Ben)
12.Cinco minutos (Jorge Ben)

O Álbum é considerado como o principal da carreira de Jorge Ben Jor, abrindo a sua fase chamada de "alquimia musical" e um dos principais discos da música popular brasileira, tendo sido eleito em lista divulgada pela revista Rolling Stone Brasil, o sexto melhor disco da música brasileira de todos os tempos. O crítico Philip Jandovský, do Allmusic, elogiou especialmente as melodias do álbum que conseguem soar naturais ao mesmo tempo em que nunca são previsíveis ou banais.

Jorge Ben Jor - 22/03/1942

Carioca de Madureira criado no Catumbi, desde pequeno gostava de cantar no coro da igreja e participar dos blocos de carnaval. Na adolescência e juventude ganhou um violão e começou a tocar bossa nova e rock'n'roll. Nos anos 60 apresentou-se no Beco das Garrafas, que se tornou um dos redutos da bossa nova. Lá foi ouvido por um produtor que o chamou para gravar.

 Logo saiu o primeiro compacto com "Mas, Que Nada" e "Por Causa de Você, Menina", em 1963, acompanhado pelo conjunto Copa Cinco. No mesmo ano lançou o primeiro LP, "Samba Esquema Novo". Foi para os Estados Unidos e lá suas composições "Zazueira", "Mas, Que Nada" e "Nena Naná" entraram nas paradas de sucesso, sendo gravadas por intérpretes como Sergio Mendes, Herb Alpert, José Feliciano e Trini Lopez.

Na era dos musicais da TV, fiel a seu estilo múltiplo, participou tanto de O Fino da Bossa (comandado por Elis Regina) quanto do Jovem Guarda de Roberto Carlos, e mais adiante do Divino Maravilhoso dos tropicalistas Caetano e Gil. Em 1969 obteve enorme sucesso com "Cadê Teresa", "País Tropical" e "Que Maravilha", além de concorrer com "Charles, Anjo 45" no festival da canção da TV Globo. Venceria o festival em 1972, com "Fio Maravilha", interpretado por Maria Alcina.

Lançou outros discos nos anos 70, incluindo clássicos como "A Tábua de Esmeralda" (1974) e "África Brasil" (1976). Na década seguinte dedicou-se a divulgar suas músicas no exterior. Em 1989 mudou o nome artístico de Jorge Ben para Jorge Ben Jor. Sua música "W/Brasil (Chama o Síndico)", lançada em 1990, estourou nas pistas de dança em 91 e 92, tornando-se uma verdadeira febre. A partir daí seus discos se tornaram mais pops, sem perder o suíngue que sempre o caracterizou.

"Músicas para Tocar em Elevador", de 1997, tem participações de 12 artistas, como Carlinhos Brown, Fernanda Abreu e Paralamas do Sucesso. A música de Jorge Ben Jor tem uma importância única na música brasileira por incorporar elementos novos no suíngue e na maneira de tocar violão, trazendo muito do soul e funk norte-americanos e ainda com influências árabes e africanas, que vieram através de sua mãe, nascida na Etiópia. Suas levadas vocais e instrumentais influenciaram muito o sambalanço e fizeram escola, arregimentando uma legião não só de admiradores como também de imitadores. Foi regravado e homenageado por inúmeros expoentes das novas gerações, como Mundo Livre S/A (em "Samba Esquema Noise") e Belô Velloso ("Amante Amado").

O Acústico MTV, lançado em 2002, traz Jorge Ben Jor de volta ao violão. Com arranjos de Lincoln Olivetti, o acústico traz alguns de seus maiores sucessos e outras músicas menos conhecidas da vasta e irrequieta carreira de Ben Jor. O trabalho foi dividido em dois álbuns. O CD1 vem com a Banda Admiral V (que acompanhou o músico nos anos 70) com um balanço forte em músicas como "Comanche", "Jorge de Capadócia", "O Vendedor de Bananas", "O Circo Chegou" e "O Namorado da Viúva". No CD 2 quem comanda a festa é a Banda do Zé Pretinho e surgem os clássicos mais tradicionais: "País Tropical", "W/Brasil", "Mas, que Nada" e "Que Maravilha".

Em 2004 Jorge lança “Bem Tocado”, seu primeiro álbum de inéditas desde 1995. As 16 faixas de “Reactivus Amor Est” trazem o pop suingado de Jorge regado a um belo trabalho de teclado, guitarra e baixo. O disco conta ainda com a participação do percussionista Marçalzinho em "Janaína Argentina" e de Seginho Mangueira no pandeiro de "História Do Homem".

Ney Matogrosso - Secos e Molhados - 1973

5º Ranking Rolling Stones Magazine




1.Sangue latino (João Ricardo, Paulinho Mendonça)
2.O vira (João Ricardo, Luli)
3.O patrão nosso de cada dia (João Ricardo)
4.Amor (João Apolinário, João Ricardo)
5.Primavera nos dentes (João Apolinário, João Ricardo)
6.Assim assado (João Ricardo)
7.Mulher barriguda (Solano Trindade, João Ricardo)
8.El rey (Gerson Conrad, João Ricardo)
9.Rosa de Hiroshima (Gerson Conrad, Vinicius de Moraes)
10.Prece cósmica (João Ricardo, Cassiano Ricardo)
11.Rondó do capitão (João Ricardo, Manoel Bandeira)
12.As andorinhas (João Ricardo, Cassiano Ricardo)
13.Fala (João Ricardo, Luli)

Secos & Molhados é o álbum de estreia do grupo homônimo, lançado em 1973. Unindo a poesia de autores como Vinícius de Moraes, Manuel Bandeira e João Apolinário, pai do idealizador do grupo João Ricardo, com danças e canções do folclore português e de tradições brasileiras, traz as músicas mais famosas do trio, tais como "Sangue Latino", "O Vira", "Assim Assado" e "Rosa de Hiroshima".

O disco, assim como a própria banda, surgiu em meio a um tempo de censura e Ditadura Militar no Brasil, ao que também retrata a liberdade de expressão, o racismo e as guerras. Um fenômeno de vendas para a época, é o LP mais famoso dos Secos e Molhados, aquele que os projetou no cenário nacional e vendeu mais de 1 milhão de cópias pelo país (mais de 1500 só na primeira semana).

O disco inovou o estilo musical da música popular brasileira com um som mais pesado que o usual e com o uso de maquiagem forte na capa, que remete ao glam rock, e desenvolveu gêneros como o pop psicodélico e o folk.

Este trabalho levou o grupo a se inscrever numa categoria privilegiada entre as bandas e músicos que levaram o Brasil da bossa nova à Tropicália e então para o rock brasileiro, um estilo que só floresceu expressivamente nos anos 80.
Além de receber certificação de disco de platina em 1997 da ABPD pelo relançamento em CD, o quinto lugar na Lista dos 100 maiores discos da música brasileira da Rolling Stone Brasil em 2007 e a 97.ª posição no "Los 250: Essential Albums of All Time Latin Alternative - Rock Ibero americano" da Al Borde de 2008 provam que o disco continua a ser popular e criticamente admirado nos dias de hoje

Músicos
Dos músicos listados abaixo, apenas Ney Matogrosso, João Ricardo e Gerson Conrad faziam parte do Secos e Molhados. Marcelo Frias, Sérgio Rosadas, John Flavin, Willi Verdague e Emilio Carrera eram os instrumentistas de apoio do grupo no tempo em que ele estava em formação e tocava na Casa de Badalação e Tédio, casa noturna anexa ao Teatro Ruth Escobar, e por isso participaram da gravação do LP.
Ney Matogrosso – vocal
João Ricardo – violões de 6 e 12 cordas, harmônica de boca e vocal
Gerson Conrad – violões de 6 e 12 cordas e vocal
Marcelo Frias – bateria e percussão
Sérgio Rosadas – flauta transversal e flauta de bambu
John Flavin – guitarra elétrica e violão de 12 cordas
Zé Rodrix – piano, ocarina, acordeão e sintetizador
Willi Verdaguer – contrabaixo elétrico
Emilio Carrera – piano
Ficha técnica por Vinícius Rangel Bertho da Silva.

O Álbum

O álbum é tido como um dos mais inovadores da música popular brasileira e, por conta de seus poemas, atribuiu-se a ele uma riqueza lírica "pouco vista na MPB". Numa época de controle e censura, ao lado de artistas como Walter Franco, Tom Zé, Jards Macalé e Jorge Mautner, o disco do grupo também conseguiu ser criativo e experimental. Segundo o jornalista Felipe Tadeu, "O grupo conseguiu com o seu álbum inicial restaurar a liberdade estética e comportamental no Brasil depois do fim do Tropicalismo, num acinte contra a carranca dos verdugos que ocuparam Brasília e ditaram vetos moralizantes, torturando gente, insuflando a barbárie." Ainda nos dias de hoje o álbum é alvo de estudos, mais recentemente de Affonso Romano de Sant'Anna, sobre a relação entre a escrita do texto da música popular e a poesia moderna brasileira.

Para os jornalistas, o álbum e o próprio Secos e Molhados possibilitaram uma "verdadeira reinvenção da música pop nacional no início dos anos 1970". O disco foi um dos maiores fenômenos pop no Brasil, configurando o rock como ritmo musical em voga na cena cultural brasileira.Os autores consideram que canções como "Sangue Latino", "Primavera nos Dentes" e "Prece Cósmica" tinham o respaldo "da extravagância musical e sonora" e do uso "corriqueiro de figuras de linguagem antes restritas à literatura." Segundo Luhli, a co-autora de "O Vira", "A força maior do Secos e Molhados não foi o Ney rebolando, mas porque era o primeiro disco que barrou a censura [...] Foi um grito de liberdade muito forte numa época de uma lavagem cerebral absurda." Este trabalho fonográfico, que utilizava guitarras e contra-baixos, levou o grupo a se inscrever numa categoria privilegiada entre as bandas e músicos que levaram o Brasil da bossa nova à Tropicália e então para o rock brasileiro, um estilo que só floresceu expressivamente nos anos 80. 

Em 2003, foi lançado o álbum Assim Assado - Tributo ao Secos e Molhados, produzido por Rafael Ramos e lançado pela Deck Disc, numa releitura deste disco de 1973, em homenagem aos 30 anos do grupo, com as mesmas canções cantadas, respectivamente, por Nando Reis, Falamansa, Toni Garrido, Ira!, Eduardo Dusek, Capital Inicial, Pitty, Matanza, Arnaldo Antunes, Raimundos, Pato Fu, Marcelinho da Lua e Ritchie—uma geração pós-Secos e Molhados.

A revista Superinteressante de 2004 realizou uma matéria especial intitulada "Obras Fundamentais da História do Rock Brasileiro" em que escreveu sobre o álbum: "Não há nada no mundo, nem feito antes, nem durante, nem depois, sequer parecido com o Secos & Molhados e o som que o grupo registrou em seu primeiro e antológico álbum. [...] Era pop até não poder mais—desde as canções até ao visual (e a antológica capa do disco, claro). Extremamente bem tocado e gravado, [...] até hoje o frescor de faixas como "Assim Assado", "Fala" e "Sangue Latino" se mantém intacto."

sexta-feira, 20 de abril de 2012

João Gilberto - Chega de Saudade - 1959

4º Ranking Rolling Stones Magazine




01. Chega de saudade (Tom Jobim, Vinicius de Moraes)
02. Lobo bobo (Carlos Lyra, Ronaldo Bôscoli)
03. Brigas, nunca mais (Tom Jobim, Vinicius de Moraes)
04. Hô-bá-lá-lá (João Gilberto)
05. Saudade fez um samba (Carlos Lyra, Ronaldo Bôscoli)
06. Maria Ninguém (Carlos Lyra)
07. Desafinado (Newton Mendonça, Tom Jobim)
08. Rosa morena (Dorival Caymmi)
09. Morena Boca de Ouro (Ary Barroso)
10. Bim bom (João Gilberto)
11. Aos pés da cruz (Marino Pinto, Zé da Zilda)
12. É luxo só (Ary Barroso, Luiz Peixoto)

Chega de Saudade é o primeiro álbum do cantor e compositor brasileiro João Gilberto. O disco foi lançado em LP em 1959, tendo sido mantido em catálogo desde o seu lançamento até 1990, por 31 anos consecutivos. A faixa-título do LP, composta pela dupla Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes, grande sucesso no Brasil, lançou a carreira de João Gilberto, tornando conhecido o movimento da bossa nova que se iniciava. Em 2007, foi eleito em uma lista da versão brasilieira da revista Rolling Stone como o quarto melhor disco brasileiro de todos os tempos.

João Gilberto - 10/06/1931

Figura emblemática como poucas na história da Música Popular Brasileira, João Gilberto transformou a maneira de cantar e tocar violão no Brasil. Adorado por muitos, considerado gênio, desprezado por alguns, considerado louco, é muito difícil ser indiferente a João Gilberto. 
Nascido em Juazeiro (BA), João ganhou um violão aos 14 anos de idade, e nunca mais largou. Nos anos 40, ouvia música na loja de discos, desde Duke Ellington e Tommy Dorsey até Anjos do Inferno, Dorival Caymmi e Dalva de Oliveira. Aos 18 anos foi para Salvador tentar a sorte como cantor de rádio e crooner. Logo depois seguiu para o Rio de Janeiro, onde atuou no conjunto vocal Garotos da Lua. A carreira no grupo durou menos de um ano. Cansados de seu comportamento pouco profissional (atrasos, faltas constantes), os Garotos da Lua demitiram João Gilberto. Vivendo durante a noite, conheceu outros músicos e teve composições gravadas.

Em 1958 gravou, pela Odeon, dois compactos que lançaram seu estilo e inauguraram o movimento bossa nova: "Chega de Saudade"/"Bim Bom" em julho, e "Desafinado"/"Oba-la-lá" em novembro. No mesmo ano, tinha acompanhado Elizeth Cardoso em duas faixas do LP "Canção do Amor Demais" ("Chega de Saudade" (Tom Jobim/ Vinicius de Moraes) e "Outra Vez" (Tom)), considerado outro marco inaugural na história da bossa nova.

As características que mais o notabilizaram foram a maneira de cantar baixinho, saindo radicalmente da tradição dos grandes cantores do rádio, famosos por seus "vozeirões", e a forma de tocar violão, adotando uma batida diferente que desloca o acento da tradicional batida de samba. São famosas suas interpretações de "Aos Pés da Cruz" (Zé da Zilda/ Marino Pinto), "Samba de uma Nota Só" (Tom Jobim/ Newton Mendonça), "O Barquinho" (Menescal/ Bôscoli), "Samba da Minha Terra" e "Saudade da Bahia" (Dorival Caymmi), "Na Baixa do Sapateiro" (Ary Barroso), "Falsa Baiana" (Geraldo Pereira), "Isaura" (Herivelto Martins/ Roberto Roberti), todas recriações que se notabilizam por seu estilo único de interpretar.

Desde cedo João Gilberto se fez notar por seus hábitos considerados exóticos ou fora do comum. Passou vários anos no Rio sem ter uma casa própria, morando sempre "de favor" na casa de amigos, raramente dividindo despesas, dormindo durante todo o dia e tocando violão a noite inteira, mesmo que os donos da casa tivessem que acordar cedo para trabalhar. Além disso, mesmo quando a situação financeira era penosa, recusava-se a fazer gravações comerciais como jingles ou cantar em lugares onde as pessoas falassem durante a apresentação. E também nunca parece ter pensado na possibilidade de arranjar um emprego que não fosse relacionado a música.

Depois de famoso, mostrou-se totalmente avesso a entrevistas e simplesmente não apareceu em alguns shows marcados. É notória sua obsessão com a perfeição técnica em suas gravações e apresentações, desde o compacto de "Chega de Saudade", que levou dias para ser gravado graças às interrupções freqüentes de João, sempre insatisfeito com ruídos ou erros que só ele ouvia. 
Em 1964, gravou nos Estados Unidos com o saxofonista Stan Getz, Tom Jobim e mais a mulher Astrud Gilberto. O disco vendeu mais de um milhão de cópias, puxado pela faixa "Garota da Ipanema", que a partir daí se tornaria uma das músicas mais executadas e regravadas do planeta. Ganhou vários prêmios Grammy, inclusive o de Álbum do Ano.

João Gilberto viveu nos Estados Unidos de 1962 a 1980, passando dois anos no México. Tornou-se cunhado de Chico Buarque ao casar-se com a cantora Miúcha, com quem tem uma filha, Bebel, também cantora, que vive em Nova York. Durante o período norte-americano, gravou mais de dez discos, participando de várias gravações de outros músicos.
De volta ao Brasil, lançou alguns discos, com músicas inéditas e principalmente releituras de outros compositores e até de suas próprias composições. Faz shows esporadicamente e excursiona com freqüência para o Japão, Ásia e Américas.

Lançou em 1999 o CD "João Voz e Violão", produzido por Caetano Veloso, que despertou reações opostas na crítica. No repertório, dez faixas e grandes sucessos, como "Desafinado" (Tom Jobim/ Newton Mendonça), "Eu Vim da Bahia" (Gilberto Gil), "Desde que o Samba É Samba" (Caetano Veloso) e "Chega de Saudade".

Em 2004, João Gilberto comemorou o aniversário de 40 anos do disco Getz/Gilberto, um dos trabalhos mais importantes de sua carreira, que recebeu o Grammy de 1964. Para celebrar a data, a gravadora Universal Music lançou álbum “In Tokyo”. Trata-se de um registro do segundo concerto do cantor no Tokyo International Forum, gravado durante uma turnê pelo Japão, em 2003.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Chico Buarque - Construção - 1971

3º Ranking Rolling Stones Magazine



1.  Deus lhe pague (Chico Buarque)
2.  Cotidiano (Chico Buarque)
3.  Desalento (Chico Buarque)
4.  Construção (Chico Buarque)
5   Cordão (Chico Buarque)
6.  Olha Maria (Chico Buarque, Tom Jobim, Vinicius de Moraes)
7.  Samba de Orly (Chico Buarque, Toquinho, Vinicius de Moraes)
8.  Valsinha (Chico Buarque, Vinicius de Moraes)
9.  Minha história (Gesubambino)(Dalla, Pallotino)
10.Acalanto (Chico Buarque)

Construção" foi o quinto disco do cantor carioca. Lançado em um dos períodos mais críticos do Regime Militar, o álbum representa uma mudança no trabalho do artista e uma etapa importante na carreira de Chico. O disco marca o aguçamento da vertente crítica da poética do autor. Se antes ele harmonizava Bossa Nova com composições veladamente críticas à ditadura brasileira, em "Construção" o cantor mostrou-se mais ousado - como indica os versos iniciais de "Deus lhe Pague", faixa que abre o LP ("Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir"). Em "Samba de Orly", parceria com Toquinho e Vinicius de Moraes, Chico canta abertamente sobre o exílio - o que fez com que a canção fosse parcialmente censurada. A faixa-título é uma crítica sobre um homem que trabalhou arduamente até sua morte.

Não faltaram também o lirismo característico do artista, como demostrado em "Olha Maria" e "Valsinha". O álbum conta com arranjos do maestro Rogério Duprat. Construção teve grande sucesso comercial. Nas primeiras semanas após seu lançamento, o LP chegou a ter uma demanda de 10.000 discos por dia, o que levou a Philips a contratar duas gravadoras concorrentes para prensá-los, além de obrigar o trabalho em turnos de 24 horas por dia durante quase dois meses. Até então, a gravadora nunca havia vendido tantos discos em tão pouco tempo - 140 mil cópias nas primeiras quatro semanas.

"Construção" foi considerado um marco na música brasileira e na carreira do cantor. Em 1972, uma reportagem da revista revista Realidade elogiava o álbum, considerado "o melhor disco feito nos últimos vinte anos no Brasil" , que "devolvia a Chico o sucesso de 'A Banda'" e o colocava como "nosso artista mais importante, na luta que se travava contra o 'som importado'". Na década de 2000, o LP foi eleito em uma lista da versão brasilieira da revista Rolling Stone como o terceiro melhor disco brasileiro de todos os tempos.O álbum também se encontra no livro "1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer", feito por jornalistas e críticos de música internacionalmente reconhecidos. Em 2012, após votação online feita pelo jornal Estadão, o álbum foi eleito o sexto melhor álbum de todos os tempos.

Participações especiais:
MPB-4 - vozes nas faixas 1, 3, 4, 7 e 9.
Tom Jobim - piano em "Olha Maria (Amparo)" 
Trio Mocotó- percussão em ¨Samba de Orly ¨ 
Toquinho - violão em ¨Samba de Orly

Caetano Veloso - Tropicália ou Panis Et Circensis - 1968

2º Ranking Rolling Stones Magazine



1  Misere Nobis   (Capinan, Gilberto Gil)
2  Coração materno   (Vicente Celestino)
3  Panis et circenses   (Caetano Veloso, Gilberto Gil)
4  Lindonéia   (Caetano Veloso)
5  Parque industrial   (Tom Zé)
6  Geléia geral   (Gilberto Gil, Torquato Neto)
7  Baby   (Caetano Veloso)
8  Três Caravelas (Las tres carabelas)   (E.Moreu, A.Alguerô Jr.)
9  Enquanto seu lobo não vem   (Caetano Veloso)
10 Mamãe coragem   (Caetano Veloso, Torquato Neto)
11 Bat macumba   (Caetano Veloso, Gilberto Gil)
Tropicalia ou Panis et Circencis

Tropicalia ou Panis et Circencis é um disco liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil, acompanhados de artistas como Tom Zé, Os Mutantese outros. Caetano Veloso e Gilberto Gil causaram grande impacto em suas apresentações no III Festival de Música Popular da TV Record, no ano de 1967.

Ali, foram lançadas as bases para o Tropicalismo em sua versão musical - um movimento que mesclou manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas radicais daquela época, como correntes artísticas de vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira (como oRock e o Concretismo). 

Antes de fins sociais e políticos, a Tropicália foi um movimento nitidamente estético e comportamental. Em maio de 1968, começaram as gravações do álbum que seria o manifesto musical do movimento, do qual participaram artistas como Gal Costa, Nara Leão, Os Mutantes, Tom Zé - além dos poetas Capinam e Torquato Neto e do maestro Rogério Duprat (responsável pelos arranjos do LP).

A primeira música do álbum é "Miserere Nóbis", de Gil e Capinan. Na seqüência vem "Coração Materno" - canção até então considerada de mau gosto. A faixa-título é interpretada pelo grupo paulista Os Mutantes, com sinais nítidos do conjunto: a psicodelia. "Baby", grande hit deste álbum, foi cantada por Gal Costa.

O LP ficou em 2º lugar na Lista dos 100 maiores discos da Música Brasileira, feita pela revista Rolling Stone Brasil.